quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Mario Quintana - Uni-Verso [Poema]
Leitura de "Uni-Verso", poema de Mario Quintana, encontrado no livro "Mario Quintana - Poesia Completa", publicado pela Editora Nova Fronteira - @ednovafronteira
Treme a folha no galho mais alto" escrevo. Paro e sorvo, de olhos fechados, o cheiro bom da terra, do capim chovido... Parece que quer Vir um poema... Abro os olhos e fico olhando, interrogativamente, a linha que escrevi no alto da página. Depois de longo instante, acrescento-lhe três pontinhos. Assim não ficará tão só enquanto aguarda as companheiras. O vento fareja-me a face como um cachorro. Eu farejo o poema. Ah, todo mundo sabe que a poesia esta em toda parte, mas agora cabe toda ela na folha que treme.
Por que não caberia então em único verso? Um uni-verso.
Treme a folha no galho mais alto.
(O resto é paisagem...)
Treme a folha no galho mais alto" escrevo. Paro e sorvo, de olhos fechados, o cheiro bom da terra, do capim chovido... Parece que quer Vir um poema... Abro os olhos e fico olhando, interrogativamente, a linha que escrevi no alto da página. Depois de longo instante, acrescento-lhe três pontinhos. Assim não ficará tão só enquanto aguarda as companheiras. O vento fareja-me a face como um cachorro. Eu farejo o poema. Ah, todo mundo sabe que a poesia esta em toda parte, mas agora cabe toda ela na folha que treme.
Por que não caberia então em único verso? Um uni-verso.
Treme a folha no galho mais alto.
(O resto é paisagem...)
Marco de Menezes - Céu de azulejo [Poema]
Leitura de "Céu de Azulejo", de Marco de Menezes, encontrado no livro "Fim das coisas velhas", publicado pela Editora Modelo de Nuvem - @modelodenuvem
Encontro meu amor numa nuvem,
Meu coração, arranhão no metal de uma âncora,
Poeira de ânfora,
Meu amor parece que vai voar. E já voou.
E me convida pra passeio de barco nas colinas,
Me convida pra mergulho nas correntes de Ucayali.
Já voou?
Encontro meu amor no trânsito.
Apurada olhos graves boca série mãos na direção.
Meu amor parece que já voou, Mas não.
Encontro meu amor num balão.
Num balão desenhado em um azulejo.
Ao revirar meus bolsos tateio uma foto dela.
Ao revirar os olhos meu amor me acompanha
e chegamos juntos ao céu do quarto.

Meu coração, arranhão no metal de uma âncora,
Poeira de ânfora,
Meu amor parece que vai voar. E já voou.
E me convida pra passeio de barco nas colinas,
Me convida pra mergulho nas correntes de Ucayali.
Já voou?
Encontro meu amor no trânsito.
Apurada olhos graves boca série mãos na direção.
Meu amor parece que já voou, Mas não.
Encontro meu amor num balão.
Num balão desenhado em um azulejo.
Ao revirar meus bolsos tateio uma foto dela.
Ao revirar os olhos meu amor me acompanha
e chegamos juntos ao céu do quarto.
Alexandra Barcellos - A outra vida [Poema]
Leitura de "A outra vida", poema de Alexandra Barcellos, encontrado no livro "Velho Talismã", publicado pela Editora InVerso - @EditoraInVerso
Eu fui um animal solitário numa outra vida
Nunca soube o nome do hospedeiro silencioso do
meu passado
Guardo resquícios de seus hábitos no meu estranho
modo de caminhar
Preservo a audição que jamais pertenceu à
espécie humana
Eu fui um animal solitário numa outra vida
Ensinei meus filhotes a andar, beber água e caçar
Antes de tudo por si mesmos
Depois, liberei-os para o mundo
Naquela vida não existia luz
Naquela vida as horas eram lentas
Naquela vida eu não precisava chorar
Eu costumava passear pelos galhos das árvores
Ouvindo histórias de tribos do mundo inteiro
Eu fui um animal solitário numa outra vida
E nunca mais eu fui tão feliz.
Eu fui um animal solitário numa outra vida
Nunca soube o nome do hospedeiro silencioso do
meu passado
Guardo resquícios de seus hábitos no meu estranho
modo de caminhar
Preservo a audição que jamais pertenceu à
espécie humana
Eu fui um animal solitário numa outra vida
Ensinei meus filhotes a andar, beber água e caçar
Antes de tudo por si mesmos
Depois, liberei-os para o mundo
Naquela vida não existia luz
Naquela vida as horas eram lentas
Naquela vida eu não precisava chorar
Eu costumava passear pelos galhos das árvores
Ouvindo histórias de tribos do mundo inteiro
Eu fui um animal solitário numa outra vida
E nunca mais eu fui tão feliz.
Um Dia - David Nicholls
O livro conta a história de Emma Morley e Dexter Mayhew. Eles se conhecem na festa de formatura da faculdade e, depois de muita bebedeira, eles vão para casa juntos. Após passarem a noite juntos (só dormiram viu?!), eles combinam de fazer algo interessante no dia posterior, o dia 15 de julho de 1988. Dia de São Swithin. Após esse dia, um não consegue deixar de pensar no outro.
Mas cada um quer seguir um caminho. Dexter quer viajar pelo mundo, ampliar seus horizontes e Em, vai fazer teatro e depois de vários projetos e escolhas ruins, ela desistiu. Durante esse tempo, eles se comunicam por “cartas” (ela escrevia cartas enormes e ele respondia com cartões postais vagos), até que se encontram novamente no dia 15 de julho de 1989.
Enquanto o tempo passa, Em fica hospedada na casa dos pais de Dex, encontram-se em aniversários de amigos, mas nunca tiveram mais que uma amizade.
A vida segue. O tempo passa. Dexter e Emma seguem caminhos diferentes, tem experiências diferentes, mas nem com todo o tempo que passa, eles conseguem esquecer aquela noite.
O livro mostra a vida de Dex e Em durante 20 anos, ano após ano mostrando seus piores e melhores momentos, todos no dia 15 de julho. Mostra o verdadeiro significado desse dia, em meio a muitas lágrimas, discussões, gargalhadas, escolhas, oportunidades.
Bom, o que posso dizer desse livro...
Ele é lindo, envolvente, emocionante, intrigante, e muitas vezes engraçado (quem ler vai saber o porquê, os dois são muito malucos, kkkk).
Você lê imaginando a todo momento quando e como será o próximo encontro de Emma e Dexter, o que acontecerá nesse encontro...
Os cenários são encantadores... Paris, Londres...
O livro traz uma coisa com a qual podemos nos questionar: o que estaremos fazendo daqui a 20 anos? Onde estaremos? Com quem, como? As perguntas são muitas... Será que nossas amizades atuais continuarão as mesmas daqui a alguns anos? Será que seremos o que planejamos?
Eu não vou contar o final... Nem posso revelar muitas coisas que acontecem no livro, caso contrário ficará sem graça para quem for ler... O que posso dizer é que o autor consegue descrever todos os momentos tristes ou felizes da maneira mais cativante que se pode imaginar...
“Um Dia” é um livro para rir e chorar... Vocês não podem deixar de ler.
O livro foi adaptado para o cinema, com Anne Hathaway no papel de Emma e Jim Sturgess no papel de Dex. Na minha opinião, a escolha dos atores ficou perfeita. Anne, conseguiu captar a essência retraída de Emma e Jim o lado galante, sem vergonha de Dex.
O filme é muito fofo. E, assim como o livro, emocionante...
Abaixo trago algumas fotos e o trailer do filme...
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